quinta-feira, 12 de maio de 2011

Reencarnação, mais uma chance que Deus nos dá

"Por que uns nascem ricos, bonitos, saudáveis e outros feios, pobres e doentes? O que eu fiz para merecer tamanha infelicidade? Será que Deus se esqueceu de mim? Há, realmente, justiça Divina?"

Várias vezes já nos fizemos essas perguntas e, para uns, as respostas parecem não existir. Simplesmente seriam obra do acaso ou, pior, seria Deus que escolheu ao léu quem viria feliz e quem passaria pelas maiores dificuldades. Entretanto, o Espiritismo - doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec – esclarece todas essas dúvidas baseado no princípio de que Deus é infinitamente sábio, justo e bom, que nos criou simples e ignorantes e evoluiremos ao longo das várias existências. Se partimos do pressuposto que Deus é justo, bom e perfeito, as causas de nossas dificuldades e benesses só poderiam ser justas e perfeitas. Deus não é caprichoso nem vingativo ao ponto de simplesmente escolher ao acaso quem será o que. Não dá para falarmos em reencarnação sem a justiça divina e nem em Espiritismo sem a reencarnação.

A vida é como uma escola. Todos precisamos passar pelas várias séries e se falhamos em uma matéria temos que repeti-la novamente. Por isso a reencarnação é a oportunidade de voltarmos e fazer novamente algo que não ficou bem feito. A fim de alcançarmos a perfeição Deus criou a Lei da Reencarnação, que consiste em nascer, viver, morrer, tornar a nascer progredindo sempre.

Certa vez durante um estudo em casa espírita entramos na questão da necessidade da reencarnação. "Não poderíamos aprender tudo no plano espiritual?" foi a pergunta que fizemos. De fato, sabemos que enquanto estamos na erraticidade (situação de um espírito que está desencarnado à espera de outra reencarnação, pois ainda não atingiu a perfeição) aprendemos muito, auxiliamos bastante e saldamos algumas dívidas contraídas em nossas existências. Mas nem sempre é suficiente, por isso a necessidade de vivermos em um corpo de carne, com o véu do esquecimento, para comerçarmos de novo a amar quem nos odeia, por exemplo. Embora guardemos ainda uma impressão mais ou menos boa em relação a determinadas pessoas, o esquecimento nos auxilia  a aprender a amá-las, o que é é na verdade o fim de todos nós: amar.

Sobre o assunto vejam que interessante a resposta que os Espíritos Superiores deram a Kardec na questão 132 de O Livro dos Espíritos quando ele pergunta sobre o objetivo da encarnação dos espíritos: "– A Lei de Deus lhes impõe a encarnação com o objetivo de fazê-los chegar à perfeição. Para uns é uma expiação; para outros é uma missão. Mas, para chegar a essa perfeição, devem sofrer todas as tribulações da existência corporal: é a expiação. A encarnação tem também um outro objetivo: dar ao Espírito condições de cumprir sua parte na obra da criação. Para realizá-la é que, em cada mundo, toma um corpo em harmonia com a matéria essencial desse mundo para executar aí, sob esse ponto de vista, as determinações de Deus, de modo que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta."

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo São Luiz comenta que "A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. É-lhes necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência. Sendo soberanamente justo, Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos; assim é que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de proceder. Qualquer privilégio seria uma preferência, uma injustiça. Mas, a encarnação para todos os Espíritos, é apenas um estado transitório. E uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do livre arbítrio. Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores. Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes concede retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar indefinidamente a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo".

Conforme visto, Deus nos deixou o livre arbítrio, através do qual fazemos nossas escolhas. Durante a caminhada evolutiva cometemos muitos acertos, mas também inúmeros erros e é preciso retificá-los em algum momento - até mesmo em outras vidas. Daí entendemos que as dificuldades podem ser apenas as dívidas de um deslize passado. Ou é possível, em uma vida apenas, deixarmos de lado todos as nossas imperfeições, como orgulho, ira, inveja? Se conseguirmos vencer uma dessas muitas dificuldades levantemos as mãos aos céus, pois conseguimos domar nossas más inclinações.

Alguns questionam "Se vidas passadas existem, por que não lembramos?". Porque Deus, na sua grande misericórdia, permite que nos esqueçamos do que já foi vivido para que nesta existência possamos conviver com os desafetos de outrora e poder perdoá-los ou sermos perdoados, uma vez que almas afins se atraem e se identificam. Deus sempre dá oportunidade aos seus filhos de se melhorarem.

É a Reencarnação a fonte de esperança que nos alenta e encoraja na luta incessante do aprendizado e no caminho do bem.

Colaborou Alexandra Mariz.

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